domingo, 3 de junho de 2007

FUTEBOL CARIOCA A CAMINHO DA REDENÇÃO?

No Recife, o Flamengo suporta a pressão do Sport e empata em 2 a 2. No dia anterior, o Botafogo arrebenta com o Grêmio, celebra o futebol de Dodô e termina o domingo como líder isolado do campeonato Brasileiro. O empate entre Vasco e os reservas do Fluminense ( 1 a 1) proporciona que o tricolor carioca tenha tranqüilidade para a final da Copa do Brasil e que Celso Roth fique de peito estufado por colocar uma equipe humilde e limitada nas quatro primeiras colocações. Lógico, estamos na quarta rodada do Campeonato Brasileiro e tecer previsões como algo definitivo é temeroso. Mas não dá para fugir da constatação de subida de produção das equipes anteriormente adotadas como piadas pelos rivais, principalmente dos torcedores paulistas.

Cada um explica a boa fase. O Fluminense tinha dinheiro, mas nunca teve treinador com a cara da equipe e identificado com a aristocracia responsável pelo comando do clube. Renato Gaúcho não é burguês e está longe de ser um lorde. Porém, é inegável que o gol de barriga na final do Campeonato Carioca de 1995 lhe concede uma tremenda credibilidade. Melhora o time paulatinamente e ganha paciência da torcida em troca.

No Botafogo, é chover no molhado apontar a continuidade do trabalho de Cuca como o fator de sucesso. Penso que vai além. A torcida amadureceu. A estrela solitária perdeu o campeonato carioca, foi eliminada da Copa do Brasil e em nenhum momento se pensou em troca de comissão técnica. Receita adotada também no Flamengo. Cheio de dívidas, mas com enorme torcida, tem em Ney Franco a busca por dias melhores. Leia-se: título nacional.

Para terminar, o Vasco pode ser comparado ao besouro: você pensa que não voa, mas consegue. Eurico Miranda à parte, o clube de um jeito ou de outro acertou nos últimos tempos com seus treinadores. Celso Roth agarrou a chance e quer fazer história. Nem que seja na base da retranca. Se a balada por mantida, os cariocas poderão comemorar feitos e vitórias em dezembro. É só manter a cabeça no lugar.

Nota 10

Vencer o Paraná era o bálsamo necessário ao São Paulo. Que Muricy Ramalho pare de resmungar ou possuir ataques de soberba. Aproveite para definir um time base. Assim como o Cruzeiro, que deve aproveitar esse presente dos céus proporcionado pelas Palmeiras. Tem que ser muito incompetente para colocar quatro bolas na trave.

Nota 0

Juventude, Goiás, América de Natal já podem carregar o laudo de piores equipes do Brasileirão. A Série B espera de braços abertos.

Paraná Clube 0 (1) x 1 (0) Gaciba

(Fonte: globo.com)

O que dizer?! Alias, que fazer?! Se uma bandeirinha é punida/suspensa por ter indicado dois impedimentos justificáveis com a interpretação da devida regra, no jogo Botafogo x Atlético/MG, o que deveria ocorrer com o Leonardo Gaciba, quem ostenta o “melhor juiz de 2006”, pelos calamitosos erros e omissões no jogo Paraná e São Paulo?

O nada extraordinário time do São Paulo (que qualquer tribunal condenaria pela falta de pontaria) conseguiu num confronto relativamente disputado segurar o empate no primeiro tempo, etapa onde Vina Pacheco perdeu um gol claro para o mandante.

O empate sem gols prossegue após o intervalo e, momentos após o zagueiro paranista Neguete perder um gol dentro da área, num lance onde Daniel Marques não estava (como sempre) no seu setor; apesar de ter saído de forma afoita (talvez por estar sem ritmo de jogo), o substituto de Flávio, o goleiro Marcos Leandro, vai sem necessidade no intuito de buscar uma bola quase na linha de fundo... Ao perceber que sua “saída” não teria serventia, o mesmo trava os pés de modo a evitar a aproximação (e conseqüente choque) com um atleta são-paulino; este, ato contínuo, simula a “carga” por trás e Gaciba, o “nome do jogo” marca, equivocadamente, a penalidade, convertida por Ceni no seu jogo de número trezentos por Brasileirões.

Após ter tomado o gol, o Paraná (que aceitava passiva e inexplicavelmente o empate até então) viu-se forçado a buscar o resultado. Eis que tardiamente Pintado saca Joélson (que não tem compromisso tático defensivo, comprometendo sempre o primeiro combate e as “coberturas”) e coloca Vandinho. Tal ato, pela ausência de um atleta que fizesse a “ligação” da defesa para o ataque, acabou limitando a criação paranista e isolou os “avantes”. Após, o treinador paranista sacou um apagado Vina Pacheco para a entrada de Éwerton; e finalizou com a “troca” de Lima por Neguete, que fazia o “homem de sobra”.

Após as alterações (a meu ver, tardias e equivocadas, uma vez que as duas primeiras deveriam ser simultâneas, de modo a garantir o resultado pretendido e não promover um hiato entre a defesa e o ataque paranista), o Paraná dominou o jogo, atuando da forma como deveria ter feito desde o início.

Cabe aqui uma ressalva... pessoalmente concordo com a adoção inicial do 3-5-2 pelo que o time vinha apresentando nas rodadas anteriores, no entanto, quem pretende ser líder tem que assumir a condição de “dar as cartas” e o Paraná do início do segundo tempo foi de uma empáfia e apatia gritantes.

Os últimos minutos foram do mandante, aliás, teriam sido... isso se, mais uma vez, o Sr. “juiz de 2006”, o marqueteiro Gaciba (quem posa de “professor” em palestras), não quisesse ser maior que o espetáculo quando, por exemplo, não concedeu “vantagem” num lance claro de gol para o Paraná, tendo marcado uma falta. Da “batida” da mesma resultou o gol de empate, legítimo de Luís Henrique (o qual saiu por trás da zaga são-paulina, que “abandonava” sua meta em linha), anulado pela “autoridade” após indicação do “auxiliar”.

O Paraná, que já tinha sido prejudicado por ter sofrido gol em penalidade inexistente, foi “duplamente castigado” por Gaciba, que lhe retirou o empate; aliás, na “prova dos nove”, não lhe chancelou a vitória, a manutenção dos 100% e a possibilidade de armazenar pontos.

Não devemos ser levianos a ponto de dizer que o Paraná massacrou o oponente. Foi um jogo parelho no primeiro tempo, com leve domínio do mandante no início da segunda etapa até quando o confronto, que voltara à igualdade, foi “desequilibrado” pelo homem de preto quando da primeira intervenção “fatal”.

O resultado foi lamentável para o Paraná. Uma agremiação que recebe as menores cotas televisivas, que faz um trabalho exemplar montando bons times e descobrindo alguns nomes, pode seguir sendo lesada por “colaboradores” de um espetáculo?

Digo claramente “colaboradores” pois a imprensa é profissional, os jogadores também, as comissões, os médicos, idem; enfim.. O futebol é um ambiente onde circula muito dinheiro e interesses; sendo os únicos “não-profissionais” os juízes, quem, para sobreviver, exercem outras atividades, mesmo as que envolvam o ato palestras sobre funções não regulamentadas, reconhecidas.

Fica latente um ponto: Irá a auxiliar Ana Paula ser sozinha o bode expiatório de tudo o que envolve os erros de arbitragem no país? Irão os procuradores do TJD e do STJD de “ofício” tomar as medidas necessárias contra os flagrantes erros do trio do embate em tela?! De quantos DVDs sobre as arbitragens irá necessitar o Paraná Clube para evitar que siga sendo prejudicado em atos como esses? Quem irá ressarcir esses pontos ao Paraná? A própria arbitragem, penalizando outro time num outro confronto?!

O erro de arbitragem sempre existiu no futebol. Humanos são falíveis; no entanto, juízes não são profissionais num mundo que trata de alto-rendimento e que envolve grandes quantias seja com transações como com publicidade.

Como admitir que “amadores” sigam atuando nesse meio e pior, que não sejam responsabilizados pelas falhas? Como mensurar a falta de um ponto a uma torcida que precise do mesmo para vencer uma competição; obter uma vaga a uma competição que poderá lhe dar “status” e melhor renda no outro ano ou mesmo evitar um rebaixamento?

O Paraná foi lesado, ponto; como foram tantos outros times. No entanto, não seria um erro deixar as coisas como estão?!

Outra nota triste do confronto (além da arbitragem) envolve uma lesão potencialmente grave sofrida por Frédson, volante são-paulino quem, num encontrão involuntário, foi ao chão e, em seguida, saiu de ambulância da Vila Capanema.

O São Paulo fez se valer da “força” da camisa. O Paraná segue no topo da tabela e espera que tais erros não mais se repitam e que os três pontos não lhe façam falta adiante.