quinta-feira, 26 de julho de 2007

Crônica de uma morte anunciada

Internacional 1 x 0 Paraná Clube

Nada tenho contra o Kleina. Aliás, como poderia ter algo contra alguém que sempre foi muito educado?

Sou contrário à falta de currículo; à ausência, na carreira, de bons resultados; à contratação de alguém que tem um currículo pífio como treinador (seja no Paraná, 20,8%, na passagem anterior; seja no rebaixamento do Paysandú, 28%, no do Criciúma, 33%, e que colocou "brilhantemente" o "glorioso" Ipatinga em 12º lugar na fortíssima série B), por um time que supostamente tem pretensões maiores à ser apenas um coadjuvante no Brasileirão.

Sou contrário ao amadorismo que impossibilita que se forneça a um time que ocupa a "zona de classificação" à Libertadores, indumentária adequada; afinal, é vergonhoso que o Paraná, um clube sediado em Curitiba, tenha entrado em campo em temperatura próxima à do "congelamento da água" com camisas de "mangas curtas".

Sou contrário à empáfia de terem afirmado que "Kleina veio pelo BOM TRABALHO"! Que bom trabalho, onde?!

Sou absolumente contrário à falta de coerência na assertiva, ao final do jogo contra o Internacional, de que o Paraná realizou uma boa apresentação.

O Paraná novamente brinca de fazer futebol, mesmo diante da real possibilidade de fincar ambos pés na "elite do futebol nacional" seja com nova classificação à Copa Libertadores, seja até com pretensões maiores.

Quanto ao jogo, prefiro pouco comentar.

A primeira etapa foi tão fria como o clima que fazia em Porto Alegre. Até o lance do gol do Alexandre Pato, o Internacional (que venceu pelo placar mínimo), embora tivesse chegado mais à meta paranista, o fazia de forma estéril, tão inócua como as parcas investidas paranistas que até, surpreendentemente, foram mais perigosas.

A segunda etapa apenas foi mero expediente entre o primeiro tempo e o encerramento do jogo.

Kleina escalou mal o time, tendo colocado Toninho, sem ritmo de jogo, quando poderia ter "ousado" numa formação com três volantes, como até ocorreu em algumas oportunidades.

Joélson tem que ser expurgado, não presta para o futebol profissional e sua manutenção é a comprovação da teimosia da inútil insistência em fazer funcionar algo que não tem serventia.

Quanto ao Renan, ele nunca funcionará caso não atue em setor que desconhece. Mal escalado apenas irritará os torcedores paranistas.

Vinícus Pacheco, embora limitado frente àquilo que imaginamos deva ser um meia de ligação, é o único atleta no elenco capaz de fazer funcionar o contra-ataque paranista. Não tem serventia a armação de uma estratégia para o contra-ataque sem a escalação do Vina e sem a liberação dos alas/laterais.

Mas esse é o Kleina. Alguém tão comprovadamente cego para o futebol como aqueles que permitem que exerça atividade num time de primeira divisão.

Repito, nada tenho contra ninguém; apenas me permito a, como torcedor, cronista e paranista, ter a liberdade e a isenção de comentar (sem a preocupação de contentar ou não a alguém que tenha efetivos interesses) o que vejo e entendo ser melhor e/ou pior ao Paraná Clube.


Ficha técnica:

Internacional: Clemer; Diego (Ji-Paraná), Índio, Marcão e Ramón; Edinho, Magal, Pinga e Alex (Wellington Monteiro); Iarley (Adriano) e Alexandre Pato. Técnico: Alexandre Gallo.

Paraná: Marcos Leandro; Nem, Luiz Henrique e Toninho (Joelson); Alex, Goiano, Beto, Everton (Renan) e Márcio Careca; Vandinho (Vinicius Pacheco) e Josiel. Técnico: Gilson Kleina.

Data: 25/7/2007 (quarta-feira).
Local: Estádio Beira-Rio, em Porto Alegre.
Árbitro: Paulo Henrique de Godoy Bezerra (SC).
Auxiliares: Claudemir Maffessoni e Fernando Lopes (SC).
Cartões amarelos: Magal e Pinga (Inter); Luis Henrique e Goiano (Paraná).
Gols: Alexandre Pato (aos 46min do 1º tempo).