quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Adeus ano velho...

Fim de ano, época onde aqueles que pretendem prosperar reservam para si um tempo para refletir sobre tudo o que ocorreu no período e então, estabelecem metas reais, corrigindo equívocos e buscando a prosperidade.

Quando desejamos ao próximo um “feliz ano novo”, na verdade estamos desejando que sua reflexão seja a mais adequada possível, sem eventuais ranços ou mágoas e assim, que o mesmo consiga “desenhar” um ano mais próspero; no entanto, infelizmente, nem todos conseguem assim proceder em face de teimosias ou mesmo das tradicionais idiossincrasias.

Gosto de escrever sobre futebol, pois o esporte bretão, seja dentro das quatro linhas, como fora, permite que, mesmo o mais desinteressado leitor, esteja exposto a uma ampla gama de exemplos, e assim, tenha subsídios para encontrar similaridades com as suas personalíssimas e cotidianas situações.

Quando exaltamos um jogador limitado, mas que, graças à sua dedicação e companheirismo se destaca, demonstramos ao leitor que, agindo dessa forma, qualquer um pode, apesar das intrínsecas limitações, prosperar.

Ainda nessa senda, quando falamos das falhas de atletas ou de dirigentes, buscamos potencializar os exemplos negativos e assim, esperar que sejam esses também assimilados e, portanto, evitados.

Mas, nem sempre isso é possível, principalmente pelo “fator humano”, aquilo dentro de nós que reiterada e recorrentemente nos diz, arrogantemente, que, “comigo isso não acontece”.

Exemplifico: No início do ano o Coritiba buscava retornar à Série A. Mais uma vez não foi à final estadual e tampouco teve sucesso na Copa do Brasil, onde seguiu até as oitavas-de-final. Assim, aos trancos e barrancos foi se adequando e, com o apoio de sua torcida, conseguiu superar a limitação técnica do elenco. Nem as teimosias de Simões (que muitas e inexplicáveis vezes escalou jogadores fora de posição) conseguiram tirar o alviverde do caminho ao título da segundona.

O Atlético, assim como o “rival”, tampouco foi à final estadual, não teve sucesso na fraca Sul-americana, foi apenas às quartas-de-final na Copa do Brasil e, quando tudo se encaminhava ao rebaixamento, sua diretoria “assimilou o erro” acerca dos valores dos ingressos e, com a “baixa” nos preços, o torcedor voltou à sua casa. Assim, o rubro-negro, ao lado da sua torcida, tornou-se um dos melhores “mandantes”, obtendo, como prêmio, a última vaga para a Sul-americana de 2008.

Pasmem! Das campanhas de dois arqui-rivais (nunca “inimigos”, como alguns buscam impor, afinal, futebol é a “mais importante das coisas menos importantes”), podemos “tirar” exemplos análogos, como o de que, com determinação e apoio daqueles que o amam, mesmo as mais inglórias tarefas são possíveis.

Quanto ao Paraná Clube, vejamos. Da vaga inédita a Libertadores, o atual campeão estadual, gerido por interesses alheios ao da entidade, ao do torcedor, embora tenha ido à final estadual de 2007, sucumbiu frente ao fraco ACP pela arrogância e teimosia dos seus dirigentes. Com um time desfigurado por atender a interesses obscuros, não conseguiu seguir adiante numa Libertadores de nível razoável. Após sua desclassificação, seguiu vendendo, imotivadamente jogadores (perdendo o padrão de jogo que estava apenas encontrando) e assim, de líder no brasileirão, sem planejamento e atendendo os delírios de um líder corrupto e mal-intencionado, submeteu-se ao “comando” de técnicos despreparados e reconhecidamente fracos. A Barafunda da temporada paranista finalizou, dentro do campo com o descenso, mas, fora dele, com atos da torcida, buscando moralidade, inssurgindo-se conta o que houve e com o sentimento de que tudo "acabará em pizza", sem que responsabilidades civis e criminais sejam apuradas.

Da campanha tricolor podemos tirar inúmeros exemplos, dentre eles, o de que não se pode ter conflitos de interesses na gestão de um clube. Ninguém pode ter objetivos palpáveis para uma entidade e, concomitantemente, ir atrás de satisfação pecuniária quando sua OBRIGAÇÃO seria, estatutariamente, a de zelar pelos interesses da entidade e não dos pessoais. Tiranos são perigosos e estes sempre estão, historicamente, amparados por lacaios. No futebol, dirigente deve ser dirigente, não empresário, assim como técnico deve apenas buscar a melhor formação, o melhor padrão do time e não "prestigiar" jogador do qual teria participação.

Reparem como os bons exemplos nos comprovam máximas que já sabemos e como os erros demonstram aquilo que, também sabemos, deveria ser evitado. Ora, se sabemos o que temos, ou não, que fazer, porquê insistimos, arrogantemente, às vezes, em não praticar corretamente tais atos?

Que para o novo ciclo que se aproxima sejamos menos intransigentes, menos arrogantes e mais atentos aos ensinamentos que a vida, e o futebol, nos mostram.

Que tenha, cada um dos amigos, uma bela reflexão sobre a sua “própria temporada de 2007”, e que 2008 seja um período de muita saúde, onde, analisando acertos e erros, sejamos melhores técnicos, profissionalmente, pessoalmente e para nossos familiares.


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(Este blog passará, ao final do Brasileirão, a ter posts não habituais, uma vez que, com o recesso, pouco há o que ser dito sobre o esporte bretão.)