sexta-feira, 10 de agosto de 2007

Santos 2 x 0 Paraná

Persistir no erro...

Jargões, máximas populares; dizeres tão desdenhados mas tão sábios. Dentre eles podemos salientar inúmeros que podem ser aplicados à atual situação paranista, dentre os quais: "o pior burro é aquele com iniciativa", "o medo de perder não pode ser maior que vontade de vencer", "pode-se ter compromisso com o erro mas não persistir nele", etc...

Quem errou mais, o Kleina, notoriamente conhecido por suas pífias campanhas como treinador ou quem, já tendo vivenciado uma atuação sua anterior com 20,8% o traz para "arrumar um time"? Por quê o Paraná Clube teima em insistir com erros latentes como a manutenção do Joélson ou seguir dando oportunidades a Serginho? Por quê seguir insistindo com o Kleina? Por quê queimar o Serginho, que não é da LA mas defender quem fala inverdades sobre o time, o elenco nas coletivas?

Nada contra a pessoa do treinador paranista (muito educado, polido e atencioso, diferente de muitos outros) mas, a sua atuação na última partida, principalmente após o intervalo, faz com que o torcedor paranista saia da simples indignação para a revolta total não apenas contra a incapacidade do profissional, bem como com a manutenção do mesmo.

Ok, todo o trabalho da semana, toda a concepção, a preparação do jogo foi abalada pelo ato impensado, negligente de Serginho, a quem muito já defendi; no entanto, após tal erro (o qual não foi o primeiro do gênero) sua manutenção fica insustentável, assim como a de Kleina e Joélson.

Voltando aos dizeres populares, um primeiro erro justificaria um segundo? Estes, um terceiro, um quarto?

Digo isso pois Kleina, após o gol, demonstrando total desnorteamento, jogou fora todo o trabalho da semana, passando a adotar o sistema que fora abandonado por não funcionar como deveria, queimando assim uma substituição e rompendo um padrão que vinha bem, condenando seu trabalho face um erro individual. Com isso, assumiu que nada sabe, que não tem segurança nas suas convicções e que, pressionado, treme, perde a razão, "jogando pra cima" um jogo onde seu time vinha atuando honesta, adequadamente.

Após tal alteração o que se viu foi um Paraná atuando num esquema bizarro onde os defensores ficavam atrás, rebatendo. Sem transição, Josiel, órfão, recebia a injusta responsabilidade de fazer tudo sozinho sem alguém que, ao menos, passasse para uma tabela, no mínimo, criando espaços visando afastar um dos zagueiros da dupla marcação, favorecendo o artilheiro.

Nosso treinador não vê isso? E os responsáveis por sua avaliação, tampouco?

Recorrentes foram Serginho (quem já defendi, repito, por várias vezes, mas reconheço meu erro, e entendi, enfim o porquê da antipatia de alguns amigos-torcedores pelo jogador), cuja negligência comprometeu a partida; Joélson nada fez mas segue, inexplicavelmente, tendo oportunidades e Márcio Careca, que entrou para coisa alguma realizar.

Adriano tem o vício horrível de, em cada combate, esticar o braço empurrando o adversário. Por tal ato, levou antes dos cinco minutos cartão amarelo e mesmo assim não se intimidou. Difícil perder o vício.

Pobre zaga paranista, refém da falta de ânimo ofensivo e da incapacidade de laterais e volantes em auxiliar na proteção à meta de Flávio, que parece ter retornado à boa fase.

Pobre Vinícius Pacheco, encarregado de carregar a bola da intermediária defensiva até o ataque sem, também, o apoio dos homens de meio e dos alas.

Pobres Vandinho e Josiel! O que houve com o excelente ataque paranista? Teria contagiado pelo receio em vencer de seu treinador?!

Após a entrada de Márcio Careca o Paraná nada passou a criar. Sem meias, Kleina colocou o bom Éverton (prejudicado pelo esquema) e sacou Nem e após, Adriano, tendo colocado Joélson. Atos desesperados de quem não consegue enxergar que o problema paranista reside na criação e não no número de avantes, abrindo mão de toda a proteção à meta de Flávio, já que ficavam na defesa dois zagueiros e um volante apenas, até porque os alas... ah os alas....

Exatamente por isso, num contra-ataque desordenado e afobado, o tricolor perdeu a bola e, no fim do embate, sofreu o gol que deu números finais à partida.

Kleina mantém a sina de ser um treinador com aproveitamento risível, no entanto, nas entrevistas, debocha da imprensa e da torcida alegando falácias como "o time jogou bem", "estou conhecendo o time", "o elenco não é bom", sempre isentando-se das responsabilidades, maculando seus comandados.

Mas quem erra mais, quem comete os erros ou quem permite que ainda sejam cometidos?

O Paraná pode assumir o risco de, com o atual nível da arbitragem e com as suspeitas sobre a isenção dos representantes dessa classe, ficar dependendo da incompetência alheia para se salvar?



Santos 2 x 0 Paraná Clube - O Jogo

Com o resultado acima, o time de Vanderlei Luxemburgo foi aos 27 pontos enquanto o Paraná Clube, que já foi líder, graças à campanha do atual treinador (6 jogos, 1 vitória, 1 empate e 4 derrotas) segue despencando e se aproxima perigosamente da zona do rebaixamento.

Assim, o tricolor de Curitiba conheceu seu quinto revés no certame. A última vitória do clube curitibano ocorreu na estréia de Gilson Kleina; única, aliás, fato que manteve o tabu da incapacidade paranista em vencer na "Baixada Santista".

O Paraná começou bem, tendo o mandante demorado para lograr ultrapassar a linha da meia-cancha; com o tempo, o jogo passou a ter igualdade e, por volta dos quinze minutos da etapa inicial, o melhor elenco do Santos começou a impor (de forma estéril, é verdade) seu melhor futebol.

O visitante limitava-se a fazer uma eficiente marcação tendo inclusive levado perigo em lances de contra-ataque.

Até que, ao final da primeira etapa, Serginho, de forma negligente, ao invés de proteger ou "quebrar" a bola, preferiu fazer algo sem deter capacidade para tal e, com um belo e inexplicável passe de calcanhar, municiou os santistas para o lance que culminaria no gol de Marcos Aurélio, o qual abriria o placar.

No segundo tempo, Kleina sentiu a responsabilidae e assim, externou de forma clara toda sua incapacidade em gerir qualquer time de futebol. Retornou ao sistema que anteriormente execrara (voltando ao 3-5-2), queimando uma jogada, jogando fora todo o trabalho da semana, assumindo a política do abafa, desmontando assim, a bela formação que conseguira, pela simples falta de coerência em manter um padrão de jogo que enfim, seu time conseguira encontrar.

E aí... Substituiu previsivelmente o "homem de sobra" por um meia e um volante (Adriano, que segue "batendo" viciosamente a cada marcação) para a entrada de Joélson, deixando seu sistema defensivo órfão de proteção, sobrecarregando os dois zagueiros restantes e o cansado Beto que há tempos não consegue marcar eficientemente.

Luxemburgo vendo a situação, assimilou perfeitamente a realidade, sacou avantes e deu mais "giro" de bola no meio, prendendo a bola, buscando receber faltas para que seus bons cobradores tivessem oportunidades, algo que sequer poderia ser imaginado pelo Paraná uma vez que a bola parada é jogada que não existe há tempos na Vila Capanema, assim como jogadores capazes de realizar tal procedimento.

Assim, afobada e desorganizadamente o Paraná saiu para o jogo de forma inócua. Sem transição eficiente, com apenas um volante, alas em noite pífia e Joélson, que deixa o time com inferioridade numérica tanto atrás como na frente, o tricolor "rifava" a posse de bola a qual, apenas ficava no chão quando passava nos pés de Vina Pacheco, quem "apanhou" reiteradamente dos santistas, sob conivência do trio de arbitragem.

Numa dessas "rifadas" já ao final da partida, o mandante recupera a bola e faz com que, pela direita, a mesma chegasse aos pés de Kléber Pereira aos 47min, quem deu números finais com belo gol.

Josiel segue sem marcar. O Paraná Clube, nos últimos seis jogos marcou apenas dois gols e assim, seu torcedor segue indignado com a apatia não apenas do comando de fora das quatro linhas.

Pela última rodada do primeiro turno ambas equipes voltam a camponeste domingo, dia dos pais, às 18h10. Os paulistas enfrentarão o Fluminense no Maracanã e o tricolor receberá o Vasco na Vila Capanema, em Curitiba sem Josiel, Adriano e Daniel Marques, todos por estarem cumprindo suspensão pelo terceiro cartão amarelo.

Apesar de tudo, Kleina segue prestigiado.

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Ficha do jogo:

SANTOS:
Fábio Costa; Baiano, Domingos, Adaílton e Carlinhos; Dionísio (Adriano), Rodrigo Souto, Kléber e Pedrinho (Petkovic); Marcos Aurélio (Rodrigo Tabata) e Kléber Pereira. Técnico: Vanderlei Luxemburgo.

PARANÁ: Flávio; Daniel Marques, Nem (Everton) e Luís Henrique; Léo Mattos, Adriano (Joélson), Beto, Vandinho e Serginho (Márcio Careca); Vinícius Pacheco e Josiel. Técnico: Gilson Kleina.

Local: estádio Vila Belmiro, em Santos.
Árbitro: Gutemberg de Paula Fonseca (RJ).
Auxiliares: Marcos Tadeu Peniche Nunes e Wagner de Almeida Santos (RJ).
Cartões amarelos: Kléber (S), Adriano (P), Josiel (P), Daniel Marques (P), Everton (P) e Joélson (P).
Gols: Marcos Aurélio, aos 43min do primeiro tempo; Kléber Pereira (S), aos 47min do segundo tempo.