quarta-feira, 4 de julho de 2007

Futebol 0 x 0 Tricolores


Um dos piores jogos que vi na vida. Sem medo de errar, afirmo que, principalmente pelo segundo tempo, o confronto de tricolores protagonizado por Fluminense e Paraná Clube, que até começou com certa movimentação, em nada parecia ser um embate entre duas equipes na ponta do campeonato brasileiro.

Alguns até poderiam sugerir que foi um jogo de ataque contra defesa, no entanto, vou além... aquilo não foi futebol.

Enquanto o mandante entrou em campo algo abalado com a dispensa de Carlos Alberto, dispensado para tratar do seu acerto com o Werder Bremen, do outro lado, o tricolor de Curitiba externava a tranquilidade do acerto de Pintado com a diretoria.

O jogo começou e logo aos dois minutos, Alex, sozinho, perdeu uma clara oportunidade, chutando fraco para a defesa de Fernando Henrique. Nisso pode ser resumida a ofensividade paranista no JOGO.

O Fluminense sentiu a melhor ofensividade inicial paranista e buscou equilibrar as ações, mas a falta de qualidade do elenco não contribuiu e o jogo, que começou algo "corrido", transformou-se num festival de passes errados do mandante, que exercia sua maior posse, mas de forma estéril, inócua.

Apenas após os trinta e oito minutos da etapa inicial é que o Paraná conseguiu demonstrar algo de entrosamento e, mesmo com menor posse de bola, conseguia dar um padrão mais interessante que o oponente.

Veio o intervalo e os treinadores buscaram alterar suas equipes dentro de conceitos nada felizes.

Renato Gaúcho sacou Adriano Magrão e colocou Somália, buscando dar a sua equipe um finalizador, afinal, o "Flu" chegava mas nada fazia. Do outro lado, com contrato novo, Pintado sacou os dois únicos jogadores que buscavam servir de ligação entre a defesa e Josiel (Vina Pacheco e Vandinho), colocando os meias Éverton e Gérson, este último, resignando-se a atuar como mero volante.

Assim o Paraná foi para o segundo tempo visando garantir o "0 a 0" frente um frágil time, carente de criatividade e qualidade, principalmente na meia cancha.

As infelizes e inexplicáveis alterações de Pintado condenaram ao paranista testemunhar a pior apresentação de sua agremiação numa etapa, desde que fora fundado há dezessete anos.

Enquanto o Fluminense era refém da própria falta de qualidade, o Paraná apresentava algo que mais parecia com o futebol americano, limitando-se a ganhar espaço apenas, sem a menor preocupação ofensiva.

Não concordo com a assertiva de que o Paraná fora para a "retranca", entendo que o time de Pintado abdicou de praticar futebol e, o placar de 0 a 0, foi justíssimo face à má qualidade do mandante e a incapacidade de jogar futebol do visitante.

Pintado, que durante a semana disse à torcida para esperar alguma "surpresa", realmente isso fez, acabou com o futebol ofensivo do time que conta com um dos melhores ataques e com o artilheiro da competição. Ao menos o treinador paranista não colocou Joélson em campo; mesmo assim, quando mexeu pela terceira vez, jogou a "pá de cal" na torcida, sacando Josiel, refém de um absurdo "sistema", e colocando o jovem meia Renam que, sem referência, ficou prejudicado por não ter para quem endereçar suas jogadas.

Pintado acabou o jogo sem atacantes, tendo finalizado apenas DUAS vezes em campo e pior, dando entrevistas dizendo que "jogamos mal", compartilhando com o elenco uma responsabilidade exclusiva sua, a de ter abdicado de jogar futebol, buscando "garantir o 0 a 0" já no intervalo.

Deprimente...

Condenável...

Deplorável...

É hora do comandante, que goza de contrato novo, repensar suas metas e objetivos, afinal, embora o Fluminense tenha atacado mais, em momento algum levou perigo efetivo à defesa paranista que limitou-se a aceitar que o oponente demonstrasse sua falta de qualidade.

FLUMINENSE 0 x 0 PARANÁ

Cartões amarelos: Maurício (Fluminense); Gérson, Vandinho, Flávio, Neguette e Alex (Paraná)
Árbitro: Paulo César Oliveira (Fifa-SP) Auxiliares: Marinaldo Silvério (SP) e Marcelo Carvalho Van Gasse (SP)
Data: 03/07/2007
Estádio: Raulino de Oliveira, em Volta Redonda (RJ)

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