sábado, 16 de junho de 2007

Abre jogo - Corinthians x Paraná Clube



Um confronto interessante. Isso é o mínimo que torcedores de Corinthians e Paraná Clube podem esperar do duelo de logo mais, às 18h10, no Morumbi, válido pela sexta rodada do Brasileirão.

Ambos times estão na "zona da Libertadores"; isso talvez seja a única coisa que aproxima essas agremiações, afinal, cada um leva uma história diferente para o confronto seja no histórico como no momento atual.


O mandante, que teve um final de ano conturbado (vítima direta dos desmandos de comissão técnica, gestores e parcerias), flertou com o rebaixamento em boa parte do campeonato passado e não sequer se classificar às finais do seu campeonato estadual. Após, com a saída de Leão, a dispensa de alguns jogadores e a vinda de Carpegiani, o "timão" encontrou a paz e, com um sistema defensivo eficaz, consegue manter-se invicto até agora, numa campanha que surpreende até os mais céticos corintianos.


No entanto o time do Parque São Jorge, por sua importância no cenário nacional e pelo tamanho de sua torcida, sempre se vê às voltas com boatos e "incidentes" que desestabilizam o ambiente.


O atual time de Carpa é limitado tecnicamente mas vem contando com boas apresentações de Felipe, Fábio Ferreira, Zelão, dos homens de meia-cancha (sendo que os mais importantes foram defender as seleções nacionais) e um surpreendente Finazzi.


Com a política de defender para depois atacar, Carpegiani logrou dar algo ao time paulistano que não vinha ocorrendo... após sua ida para o clube, o Corinthians passou a ter um padrão de jogo.


Do outro lado, Pintado vem surpreendendo por sua postura nada ortodoxa mas adequada (em termos) a quem pretende lutar até pelo título da competição.


O Paraná Clube no ano passado classificou-se à Libertadores onde neste ano fez uma boa campanha e, apenas não garantiu o bi-campeonato estadual pelo número de jogos e falta de entrosamento dos dois elencos que se dividiam nessa competição e no estadual. O tricolor de Curitiba começou com o pé direito o campeonato de 2007 , fazendo 100% nas primeiras rodadas, percentual que teria mantido se não fosse a absurda arbitragem de Leonardo Gaciba contra o São Paulo e o erro individual de Daniel Marques que "acendeu" um jogo dominado pelo Paraná na casa do adversário Náutico na última rodada.


O time de Pintado vem há tempos flertando com a vitória. Tal postura é louvável e importantíssima num campeonato por pontos corridos, no entanto, a observação dos diferentes "momentos" de cada jogo se faz fundamental para que tal a atenção a tal máxima tenha êxito.


O Paraná irá entrar em campo da mesma forma como foi escalado em Recife na semana passada; com três atacantes sendo que Vina Pacheco e Vandinho têm o compromisso de voltar para auxiliar Beto e Adriano na proteção à zaga.


O time de Curitiba conta com o Josiel, o artilheiro do certame com sete gols, tem o melhor ataque do torneio mas uma das defesas mais vazadas; no entanto, é leviano afirmar que o Paraná não tenha uma defesa eficaz uma vez que os gols sofridos se deram em circunstâncias especialíssimas. Vejamos: contra o Grêmio o Paraná não levou gols; sofreu um contra o Juventude (em jogo que venceu) e um (de pênalti inexistente) na derrota frente o Gaciba, digo, São Paulo. Contra o Cruzeiro o tricolor sofreu três gols, sendo com em desvantagem numérica e frente o Náutico, quatro, sendo que um de pênalti e os demais pela não atenção dos avantes quanto ao "cerco" nas saídas de bola adversárias e um de pênalti. Nada que não possa ser facilmente corrigido, principalmente com a adoção de um maior equilíbrio, talvez com a entrada de Éwerton na meia cancha no lugar de Vina Pacheco, opção que Pintado certamente não tarde a efetivar mesmo em caso de precoce gol paranista.


Mesmo com tais considerações, Pintado parece seguir ousando... seu time entrará da mesma forma como foi escalado em Recife à exceção do retorno de Flávio no gol no lugar de Marcos Leandro, fato que em muito ajuda o Paraná não apenas pela qualidade do titular absoluto mas pela função de liderança que o mesmo em campo exerce.


De um lado um mandante que prioriza a defesa, que vem invicto e que terá casa cheia em face da promoção de troca de ingressos por produtos de determinada empresa; do outro, um time emergente nacionalmente que mesmo fora de casa vem atuando buscando a vitória. Nem o histórico recente, amplamente favorável ao Corinthians parece servir como parâmetro de referência, afinal, os últimos confrontos de mando do Paraná Clube nesse "duelo particular" se deram fora de Curitiba.


Quanto questionado pelo cronista curitibano Irapitan Costa sobre esse histórico, o comandante tricolor foi muito feliz ao dizer que ele nunca enfrentou o Corinthians como técnico e logo, não tem referencial sobre o tema. Tal assertiva de Luiz Carlos Preto, o Pintado, demonstra que o Paraná hoje não teme nenhuma agremiação nacional, dentro ou fora de seus domínios e vai em busca de vôos maiores nesta competição.


Embora não me seja "taticamente simpática" a escalação indicada como provável por pintado (com Flávio; Daniel Marques, Neguette e Luíz Henrique; Parral, Beto, Adriano e Márcio Careca; Vina Pacheco, Vandinho e Josiel), pela lacuna deixada na transição entre ataque e defesa, limitando-se aos contra-ataques, entendo que a mesma pode funcionar até porque o mandante perdeu alguns jogadores para as "seleções de base", ainda está em formação e o visitante mescla jogadores que vêm atuando juntos desde o início do ano. Fica a observação de que Pintado, caso sinta que seu meio não tem a "força" imaginada, deva imediatamente recompor esse setor sacando um avante e colocando Éwerton, mesmo que seja na primeira etapa.


São várias as nuances que envolvem o embate de logo mais entre Corinthians e Paraná Clube, jogo que vale a vice-liderança do Brasileirão, no qual o único e verdadeiro tricolor de Curitiba pode obter pontos importantíssimos para sua maior meta, o título nacional.

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