Paraná Clube 2 x 2 CAP
Num jogo de um só time, Paraná Clube e Atlético empataram em 2 a 2 na noite de sábado, sob uma belíssima lua em Curitiba; no entanto, o placar do confronto não chega perto de demonstrar a realidade do jogo.
O duelo paranaense começou agitado, numa demonstração de que seria um embate franco. O mandante passou a ter certo domínio da cancha, principalmente pelas belas e sólidas atuações de Vandinho, Vina Pacheco, Serginho e principalmente Josiel.
A torcida paranista reclamou a não marcação de uma penalidade logo no início. Da cabine de transmissão (que na Vila Capanema não é alta), a sensação é de que o jogador atleticano colocou a mão na bola dentro da área. Talvez o Gaciba tivesse apitado.
Eis que, numa jogada que começou em bola recuperada por Serginho pela esquerda, aos dez minutos, após triangulação com Márcio Careca e consequente cruzamento, Josiel abriu o placar num belo arremate.
O Paraná sentiu o melhor momento e foi pra cima; então, já atuando muito melhor que o oponente, cometeu, aos dezesseis minutos de jogo a primeira de suas duas falhas no decorrer da partida: Márcio Careca não voltou fazer a cobertura, deixando o setor esquerdo defensivo livre, de onde surgiu o cruzamento para que Alex Mineiro, antecipando-se a Neguete (que não fez corretamente a cobertura nesse lance) cabeceasse empatando a partida.
Com o gol de empate, ambas equipes voltaram a se estudar. O Paraná, cauteloso, gastava o tempo esperando uma melhor oportunidade para a conclusão. Dessa forma, o tricolor alugava a cancha atleticana e perdia seguidas oportunidades de marcar.
Danilo, zagueiro atleticano, foi expulso por ter entrado criminosamente em Serginho.
Após esse evento o jogo mudou. O visitante ficou perdido em campo e o Paraná, com superioridade numérica, praticou um futebol de grande qualidade, que lhe permite estar credenciado à luta pelo título do certame. Assim, aumentou o ritmo e, aos 45, Josiel, sempre ele, após nova jogada qwue começou em desarme e passe de Serginho pela esquerda, marcou, deixando o Paraná na frente, após outro perfeito arremate.
Veio o intervalo e Luiz Carlos Preto, o Pintado, comandante paranista, preferiu a cautela e a manutenção do sistema de jogo. Nesse momento, entendo que a opção em sacar o "homem de sobra" e colocar um meia, tivesse sido a mais adequada, pela conjuntura da partida.
Veio o segundo tempo, Paraná e Josiel parecia estar "encarnado". O artilheiro do brasileirão aparecia como pivô, abria espaços, dava a opção da tabela, movimentava-se por todo o setor ofensivo e, quando conseguia, não só partia com a bola rumo ao gol do oponente como também arrematava.
Dessa forma, "Josigol" endiabrado quase marcou um golaço, aos cinco minutos da etapa complementar, quando percebeeu o goleiro Guilherme adiantado.
No "duelo dos artilheiros" Alex Mineiro, isolado na frente, refém da inferioridade numérica de seu time e da falta de capacidade de Dênis Marques, não intimidava a zaga paranista.
Eis que Vina Pacheco e Vandinho ficam "sem pernas", fato que só não comprometeu a superioridade paranista porque sabiamente, Antônio Lopes ordenou a dupla marcação sobre Josiel, o que teve como reflexo direto, que o jogo fosse de "nove contra sete". No entanto tal fato não significou muita coisa, afinal, Joélson, que entrou no lugar de Vina Pacheco, sequer fez número em campo; teve atuação pífia em todos os sentidos. Com Joélson em campo o Paraná limitou-se a tentar a transição da defesa para o ataque em lançamentos que sempre buscavam Josiel.
Mesmo assim, "Josigol" quase ampliou o placar por três oportunidades.
O Atlético não conseguia passar da meia cancha com alguma objetividade. E, no momento em que Pintado falava com o goleiro Flávio (isso dito por nosso repórter de campo), houve um "lapso" no acompanhamento do volante Alan Bahia, que "subia", aos 35 minutos; fato suficiente para que o mesmo avançasse sem marcação e assumisse a responsabilidade de chutar a bola de fora da área. Gol... Na segunda falha defensiva paranista durante o jogo, saía o segundo gol dos visitantes.
Nesse momento Pintado estava substituído Léo Matos, que não vinha comprometendo, por Alex, enfim recuperado de lesão, no claro intuito de dar condições ao jogador, já visando a sequência do campeonato.
Fez-se, pelo momento, necessária outra substituição, tendo Pintado sacado Serginho (que muito bem mas acusou lesão) e colocado Lima, que também, a exemplo de Josiel, ficou refém da má atuação de Joélson, "madrasta" de ambos.
Como disse, o placar não refletiu o jogo. O Paraná dominou o Atlético seja em igualdade numérica como após a correta expulsão de Danilo. O tricolor apenas cedeu o empate ao adversário porque falhou, "surtou" por duas oportunidades, o que não se pode fazer contra um time cuja maior virtude é o contra-ataque.
Pintado errou ao não ter sacado Neguete e colocado Renan, Lima ou Gérson no intervalo. Pior, tardou em ver que tanto Vandinho como Vina Pacheco estavam exauridos aos 10 do segundo tempo. Mas foi além, tendo colocado um desinteressado Joélson em campo.
Serginho fez um excelente jogo. dele saíram todas as roubadas e as bolas pela esquerda, as quais culminaram nos gols de Josiel, mostrando a todos o futebol que alguns, que nele acreditavam, já sabiam que tinha.
Josiel foi soberbo. A zaga paranista foi bem, salvo nos dois momentos de "surtos".
Xaves atuou com a segurança de sempre.
O Paraná perdeu muitos gols; principalmente quando deixaram Josiel sozinho à frente, sem o apoio de Joélson. Mesmo assim, entendo que o Paraná como time fez uma das suas melhores apresentações no ano, afinal, teve o controle do jogo o tempo inteiro, salvo em dois lances.
No entanto, o empate deixou um "sabor de derrota" aos paranistas, afinal, dois pontos irrecuperáveis mais uma vez não foram computados.
Pintado precisa repensar alguns pontos; um deles é assimilar que quando se "dá" o campo ao adversário, corre-se um risco real, o de sofrer um gol. A vantagem mínima não é suficiente para que se ordene o "abdicar" do jogo. No caso em tela, uma vez que o Paraná Clube gozava de superioridade numérica, não seria melhor tê-la aproveitado, sacando o "homem da sobra" e colocando um meia, atacante ou mesmo volante?
Realmente, a atuação de Serginho me agradou. Esse outrora criticado jogador não pode sair do time caso siga atuando como nessa partida, afinal, sempre fez a segunda marcação, saía com qualidade com a bola, fechava as diagonais, apresentava-se soberano no desarme e abria para receber.
Vejo alguns pontos interessantes. Preocupa-me como o rendimento do Paraná Clube cai com o decorrer da segunda etapa; talvez por fadiga geral, visto que a tamporada paranista começou cedo.
Problemas à parte, pela não conquista dos pontos disputados, o Paraná permitiu que o Botafogo abrisse, após a vitória de virada sobre o Fluminense, cinco pontos. Nada que o confronto direto não resolva. Mas precisa o tricolor vencer essas duas partidas e não perder mais pontos em casa, mesmo que diante de uma torcida pouco numerosa mas muito envolvida, ativa com a partida.
O Paraná jogou bem até ter sofrido o segundo gol. Enquanto Serginho esteve em campo, as jogadas dele, com a participação de Vina Pacheco, Vandinho e Josiel fluíam, principalmente pela esquerda, ficando o Xaves pela direita. Nessa formação, uma opção seria a de efetivar o capitão Beto (que gosta de jogar com certaliberdade) como terceiro volante, com Éverton à frente. No entanto, isso iria pressupor a ida de Vandinho para o banco, entrando o mesmo quando Vina Pacheco cansasse.
O Paraná segue na luta por mais uma classificação à Libertadores de América, meta que seguramente, caso não se acovarde da responsabilidade em FAZER seus resultados, seguramente atingirá.
No entanto o maior problema paranista parece ser o de encontrar um treinador para eventualmente substituir Pintado. Segundo algumas pessoas o comandante paranista prestará seus serviços ao clube até o jogo de terça-feira contra o Fluminense, após, face uma proposta milionária para ir prestar serviços no mundo árabe(mais precisamente, nos Emirados Árabes Unidos), Pintado poderá ser o segundo treinador a sair do clube neste Brasileirão.
E assim, o Paraná Clube segue sua sina de desenvolver "pratas da casa", revelar jogadores e treinadores e não conseguir mantê-los em face da risível cota televisiva que recebe.
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