sábado, 23 de junho de 2007

Abre jogo - Paraná Clube x Sport



O futebol mudou. As atuais conjunturas sócio-econômicas que permeiam esse universo geram certas máximas que, cada vez mais acabam se impondo, ampliando o leque de possibilidades de contratações na esfera internacional e limitando o que, aqui na América do Sul (e especialmente no Brasil) podem os times conseguir.

A primeira frase do texto demonstra não somente que as "regras" para a formação e manutenção de um elenco não são mais as mesmas como também importa na verificação de que a "nata" dos atletas praticantes do esporte bretão não mais aqui se encontra, motivo pelo qual temos hoje mais de cinco mil jogadores brasileiros atuando fora do país.

Não que sejam esses cinco mil notáveis mas certamente desses, uns trezentos, caso ficassem por aqui, disputando o Brasileirão, permitiram que tivéssemos um melhor nível no futebol apresentado.

Tal introdução embora inicialmente não pareça ter muita afinidade com o tópico demonstra que reiteradamente veremos confrontos pelo campeonato nacional entre duas equipes que se encontram em "momentos diferentes", sendo esse raciocínio aplicado tanto a Paraná Clube como ao Sport de Recife.

Hoje, às 18h10, no Estádio Burival de Britto e Silva (a Vila Capanema) essas agremiações se enfrentarão em jogo válido pela sétima rodada do campeonato nacional.

De um lado o visitante Sport (com apenas cinco pontos) apresenta seu novo treinador. Geninho, campeão do Módulo Amarelo da JH pelo Paraná Clube, estréia tentando administrar problemas e visando, ao menos, encontrar um padrão de jogo para sua nova equipe e, já terá certa dificuldade na escalação visto que seu melhor jogador, Rosembrink, não poderá participar da partida.

E os problemas do novo treinador do rubro-negro de Pernambuco não param aí, o clube perdeu Luciano Henrique para o Inter de Porto Alegre e Vitor Júnior para o Santos de Wanderley que busca reforçar seu elenco.

Geninho irá instaurar um "seguro" 3-5-2, demonstrando que a meta para seu jogo de estréia é a de levar para casa ao menos um ponto, no lugar do meia Rosembrink, Bia ganha uma oportunidade.

Se por um lado o visitante encontra-se preocupado e numa colocação delicada na tabela, o mandante só não está melhor face as recentes arbitragens que o têm prejudicado. Mesmo assim, o Paraná Clube, com onze pontos na tabela dos quais, oito foram conquistados nos quatro jogos disputados fora de casa, credencia-se a disputar de forma franca e direta o título nacional mesmo que muitos ainda nisso não acreditem.

O fato é que o tricolor de Curitiba fará, dos próximos cinco jogos, quatro nos seus domínios, e, caso consiga manter a mesma regularidade apresentada, poderá, decorridos estes, estar numa situação invejável na ponta da tabela.

Consideremos ainda que o Paraná vem atuando com seu quarto reserva na ala direita e que perdeu alguns jogadores importantes desde o início do ano, o que demonstra que a estratégia de Zetti, seu técnico anterior, em ter dois elencos atuantes pôde não ter sido eficaz no estadual e na Libertadores mas que, no projeto para a "temporada 2007" se mostra bastante coerente.

Luiz Carlos Preto, o Pintado, recebeui algumas reclamações sobre sua "ofensividade" nos jogos contra o Cruzeiro e o Náutico fora de casa, talvez por isso ele tenha atuado de forma cautelosa contra o Corinthians na rodada anterior, mesmo que tenha escalado, desde o início, três avantes.

Mesmo assim, o comandante paranista parece entender que a melhor postura para o campeonato de pontos corridos é a de evitar os "pontos perdidos", motivo pelo qual, diante da não possibilidade de escalar o zagueiro Daniel Marques (que vem sofrendo de dores lombares) , ao invés de promover apenas uma "troca de peças", Pintado optou por mudar o sistema tático, colocando o garoto Éverton no seu lugar, saindo do 3-5-2 e adotando um 4-3-3 muito ofensivo.

O maior problema parece residir na vocação de Vinícius Pacheco em não auxiliar o setor defensivo, algo que não é de sua exclusividade; no entanto, a presença de Éverton dará certamente um maior equilíbrio ao time, até porque com Adriano de fora (por estar cumprindo suspensão pelo terceiro amarelo recebido), o volante Xaves (primeira opção de Zetti para o setor), a proteção à zaga se fará de forma mais eficiente sendo que ainda o lateral Léo Matos (que vinha se apresentando bem) foi liberado e deverá atuar na ala direita.

Teremos então o duelo de um time que abandonou o sistema com três zagueiros contra outro que, por cautela, adotou o mesmo... é, como disse acima, o embate entre uma agremiação que vive um bom momento contra outra que busca a recuperação.

Devemos ainda considerar que o jogo em tela terá uma grande público até porque trata-se de evento com o patrocínio de uma multinacional que subsidia os ingressos populares; uma grande oportunidade para o paranista que não têm comparecido a campo ir ver a bela fase do seu time. Nisso, até o retrospecto do mandante é favorável; dos sete jogos já disputados pelas duas equipes, o tricolor venceu quatro e empatou um.

A arbitragem para a partida ficará a cargo de Elmo Alves Resende Cunha, auxiliado por Fabrício Vilarinho da Silva e Flávio Gilberto Kanitz, todos estes goianos.

Seguem as prováveis escalações:

Paraná – Flávio; Léo Matos, Neguette, Luís Henrique e Márcio Careca; Xaves, Beto, Everton e Vinícius Pacheco; Josiel e Vandinho. Técnico: Pintado.

Sport – Cléber; Durval, Gabriel e Ígor; Diogo, Bia, Éverton, Fumagalli e Bruno; Weldon e Carlinhos Bala. Técnico: Geninho.

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