segunda-feira, 28 de maio de 2007

Para refletir...

Muitos ainda preferem não acreditar naquilo que está à sua frente! Aliás, se até a imprensa prefere desdenhar os “emergentes” e, por “interesses”, considerar como mais interessantes amenidades dos “outrora times grandes”, o que dirá do torcedor mediano que, muitas vezes pouco se preocupa até com a própria realidade. A “ilusão” da felicidade fútil supera o compromisso com a verdade?!

Uns seguem ignorando que desde o advento dos pontos corridos a máxima efetiva é a de que o time mais regular, aquele que perde menos pontos, sagra-se, de forma merecida, como campeão de qualquer torneio; tendo obtido a condição de vitorioso como conseqüência da busca e da obtenção das vitórias.

Desde o sistema de turno e returno, com a vitória valendo três pontos, o que importa é a regularidade e não “peso” de camisas que só se sustentam por investimentos “escusos” com resultados temporários e intervenções estatais absurdas.

[Tenho aqui, embora me desvie do tema inicial em face das inevitáveis considerações, que citar como exemplo, a criação de loterias para os times, que tratados pelo Estado de “forma especial”, serão amparados por um “jogo de azar legalizado” no intuito de minorar suas pendências/dívidas com a União. O difícil, e até inadmissível é ter a constatação de que um pequeno empresário neste país, caso, por infelicidade venha a necessitar de apoio de alguma “instituição financeiras” oficial (CEF, BB...), nenhum respaldo eficaz conseguirá. Mas; o que dizer, cobrar de um país que deveria garantir saúde, emprego, educação e isso não faz?! Pior, como acreditar que uma sociedade omissa, que não se mobiliza nem para combater a corrupção e cobrar para que o ente público administre e gerencie de forma correta, possa querer moralizar algo cujos alicerces estão também tão comprometidos como o futebol? Ninguém vai cobrar uma “devassa” nas contas do Pan?! Não irá a sociedade buscar apurar as responsabilidades dos gastos e desvios públicos? Não iremos todos exigir que todo ato administrativo referente a esse evento e à “Copa de 2014” sejam feitos de forma transparente? Certamente não! Faz parte de nossa cultura histórica sermos tolerantes com aqueles que comprometem, prejudicam o desenvolvimento de todos...]

Voltando ao âmago do tema... o fato de times “outrora grandes” terem perdido sua condição não é novidade no mundo do futebol; no Uruguai o Defensor tem ultimamente superado Nacional e Peñarol... na Inglaterra, França e Alemanha não raros são os casos de times de grande torcida que não mais disputam a divisão principal. E aqui no Brasil?! Por quanto tempo times que não fazem por merecer seguirão recebendo tratamento “diferenciado” pela imprensa e órgãos públicos?

O objetivo para tudo na vida não deve ser apenas o de se atingir um determinado patamar, nível, condição, mas sim o de assim se manter, ou até ir mais longe. Essa “ambição boa” não pode nunca ser condenada. No futebol ocorre exatamente o mesmo. Quantos times querem apenas seguir ser considerados como “grandes” sem mais isso merecer, sem que tenham um planejamento adequado, tendo dirigentes que pensam mais em si do que na entidade que dirigem?

O fato é que, há tempos algumas verdades não se confirmam e o ato de que sejamos “como um todo” relapsos, tolerantes com o pronto saneamento de notórias e conhecidas falhas/situações não nos exime da responsabilidade de tais omissões, assim como não isenta dirigentes e administradores incompetentes e despreparados, reféns da ganância e/ou do ego, das responsabilidades na esfera judicial.

Amigos, no parágrafo acima não me refiro aos governantes e políticos... acho até que a serventia do trecho à essas classes é uma infeliz coincidência, prova confessa da injustificável omissão e apatia da sociedade sobre o tema. Buscava apenas abordar o desdém, o modo “blasè” e pouco responsável de como o esporte e certas de suas “nuances” são tratados. Algumas torcidas estão mais do que infelizes. Sócios de algumas agremiações estão mais do que inconformados. No entanto, a “ciranda” não cessa e, ao invés de, com austeridade e responsabilidade agir, inimigos ficam do mesmo lado... a “música” segue e uma imagem deturpada passa a ser “vendida”, e pior, aceita pelos torcedores não compromissados, cujo ânimo se aplaca com um título estadual, uma vitória num “ex-clássico” ou com uma contratação fuleira, fajuta.

A política do “pão e circo” está oficializada e inunda federações, agremiações, entidades e até setores políticos onde, “alguns” defendem interesses nada nobres e agem, eventualmente de forma ilícita, visando atingir os objetivos “defendidos”. <>A história demonstra que, em cada corte, sempre estiveram presentes os comandantes, os comandados e os palhaços, no entanto, antes, eram poucos e a maioria deles ria, hoje, estes assistem passivamente o que ocorre.

Grandes impérios caíram, alguns não mais sequer existem... Hoje, marcas perdem e agregam valor. <>Como então proceder?

Não apenas elenco, dirigentes e comissão técnica tem que estar “perfilados” para que a “marca” que representa seu time permaneça “viva” e potencialmente “atrativa”... a participação do torcedor comprometido é fundamental, cada vez mais necessária não apenas à sobrevivência mas à manutenção do “status” atingido. <>A “geografia do futebol” hoje difere daquela de anos atrás. O futebol não é mais o mesmo... os valores, os interesses que o rodeiam são outros. Vemos “gigantes” agonizando enquanto emergentes são diretamente prejudicados por conchavos, atos políticos e pela absurda e ridícula negativa em se aceitar a nova realidade.

Poderia ter tratado do tema de forma mais resumida; no entanto, a intenção era a de abordar o tema, buscar que aqueles com paciência (a qual agradeço) para até aqui chegar façam para si uma reflexão sobre o mesmo e após, que questionassem duas coisas:

1 - Por quê não se trata a responsabilidade de membros do Poder Público como se cobram atos coerentes e pertinentes dos dirigentes desportivos?

2 - Já imaginaram no que consistiria uma sociedade onde todos os participantes estivessem comprometidos e empenhados na consecução do bem estar geral, agindo como um time que busca um título?

O futebol é fantástico! Pode-se utilizá-lo sempre para, no dia-a-dia, exemplificar e ilustrar, com seus "ingredientes", situações importantes que indicam falhas e defeitos passíveis de saneamento com a adoção de atitudes, "receitas" simples, mas que precisam ser realizadas. Ou não sabemos todos o que precisa ser feito no futebol e fora dele?

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