segunda-feira, 28 de maio de 2007

Vitória heróica! Cruzeiro 3 x 4 Paraná Clube



Um jogo para ficar na história do Paraná Clube. Mas antes de falarmos sobre o mesmo, cabe dar ao amigo visitante deste sítio, uma “mostra” do que envolvia a partida...

O mandante Cruzeiro, vinha numa semana regida pelo “clima” tenso, presente desde a eliminação precoce na Copa do Brasil e a perda do estadual de forma melancólica; semana ilustrada com dispensa de atletas, declarações austeras de dirigentes e outros “ingredientes”.

O visitante Paraná Clube, no mesmo período tinha perdido seu treinador, seu melhor jogador, perdeu o estadual de forma inacreditável mas, como sua temporada é reflexo de um planejamento seguido “à risca”, o trabalho realizado se fazia presente mesmo com um eventual revés como o citado. Sempre na primeira divisão nacional desde a conquista desse direito em face do título de 1992, o tricolor paranaense vive sua melhor fase, tendo inclusive avançado da fase de grupos em sua primeira participação na Libertadores de América.

Com a mentalidade de que o importante não é ser grande mas sim, dentre os mesmos se manter, o Paraná Clube saiu, sob forte chuva para enfrentar o Cruzeiro.

O elenco mineiro, que promovia cinco estréias, entrava confiante na obtenção da vitória. E assim, buscando a mesma desde os minutos iniciais, foi, com a vontade, compensando a falta de entrosamento e, melhor postado do que nas outras rodadas, exercia certo domínio, facilitado pela omissão de alguns setores paranistas que pareciam ter se esquecido do sentimento de superação que vêm tendo nesta temporada. Dessa forma, Guilherme abriu o placar para os mandantes aos 44 minutos da etapa inicial.

O “incidente” não abalou os paranistas que, numa bela cobrança de falta aos 46 minutos, do até pouco tempo contestado e vaiado Joélson, conseguiram o empate, permitindo que o técnico estreante Pintado pudesse orientar os volantes, alas e a zaga de modo a que não mais concedessem espaços e que participassem de forma mais eficaz no jogo, não mais precipitando as jogadas.

Eis que então, quando mais organizado em campo o Paraná perde, desnecessariamente Toninho, seu “homem de sobra”.

Mais uma vez, alguns poderiam pensar: “Agora a coisa desanda...” Quem acompanha o Paraná Clube sabe que tal pensamento não teria como proceder, afinal, seus jogadores atuaram desde o início da temporada em duas competições, estando todos os atletas entrosados e em condições de jogo, inclusive tendo atuado em vários sistemas táticos.

O Paraná recuou seus alas, que passaram a agir como laterais de ofício e viu (numa jogada similar às que ocorriam na Libertadores) Vina Pacheco entortando a zaga cruzeirense e cruzando para uma corajosa finalização de Josiel.

Com o visitante à frente, Dorival Júnior (normalmente retranqueiro) colocou o bom Rômulo, que estava inexplicavelmente no banco e viu, de seus pés o empate após “recaída” da zaga paranista. Viu também Guilherme fazer após seu segundo gol, o terceiro do Cruzeiro, que virava sobre a virada paranista.

Mais uma vez alguém pode ter pensado equivocadamente que o Paraná se encolheria... Pintado poderia ter mexido de forma mais conservadora, no entanto, sacou Joélson (que não auxiliava na marcação), o capitão Beto (que vinha de contusão) e Vina Pacheco (que apenas se apresentou no lance do segundo gol paranista), colocando Xaves para recompor a meia cancha, o atacante Vandinho e, surpreendentemente, o garoto Éwerton, preterindo Gérson, que seria, talvez a decisão tática mais apropriada, assumindo a condição de buscar não o empate, mas os três pontos.

Como recompensa à ousadia do treinador e do empenho dos jogadores, que conseguiram impor um padrão de jogo mesmo em desvantagem numérica, os “deuses do futebol” (auxiliados pela presença de Maicosuel, ex-paranista que em campo “igualou” o número de jogadores), endossaram o empate do visitante (que saiu dos pés de Josiel após belíssima assistência de Éwerton) e mais uma virada do mesmo, desta vez fruto de um chute da revelação tricolor.

O Paraná Clube demonstrou como deve ser encarado um campeonato de pontos corridos, buscando sempre a vitória independente da condição. O Brasileirão é na verdade um campeonato de pontos “não-perdidos”.

O tricolor paranaense deixou Belo Horizonte com uma atuação maiúscula mesmo com um jogador a menos; deixa para o Cruzeiro a crise, para o Brasil o exemplo e para sua torcida, além da tranqüilidade, a certeza e a confiança no planejamento realizado.

O Paraná Clube é grande. Volta a Curitiba como líder isolado do certame, com 100% de aproveitamento, com Josiel como artilheiro, com o melhor ataque, o melhor saldo e certamente, esta semana só terá olhos para outro tricolor, o São Paulo, quem enfrentará no próximo domingo, às 18h10 na Vila Capanema.

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