domingo, 27 de maio de 2007

SÃO PAULO X PALMEIRAS

São Paulo (SP) - O clássico deste domingo, às 16 horas , no Morumbi, coloca duas potências do futebol paulista em lados opostos pela 278ª vez na história. Apesar de ter sido marcado para a terceira rodada do longo Campeonato Brasileiro, o confronto entre São Paulo e Palmeiras valerá muito mais do que apenas três pontos.

Em momentos diferentes, as duas equipes precisam da vitória como auto-afirmação. O São Paulo investiu alto, formou um elenco de luxo pensando em vencer muitas competições simultâneas, mas acabou eliminado do Paulistão e da Libertadores, criando uma enorme desconfiança na torcida e insatisfação na diretoria.

Bem menos pressionado, o Palmeiras vem doutrinando seus seguidores e pregando paciência. Mesmo sem grandes contratações e com um elenco limitado em algumas posições, o time recebeu aplausos nesta temporada até quando foi eliminado da Copa do Brasil e quando ficou fora das semifinais do Paulistão atrás de times de menor tradição, como Bragantino e São Caetano.

Mesmo evitando falar abertamente em favoritismo para o clássico, a verdade é que o Palmeiras sabe perfeitamente que seu momento emocional é melhor do que o vivido pelo rival do Morumbi. E espera tirar proveito disso para somar sua terceira vitória e continuar 100% no Brasileirão.

“O São Paulo é o atual campeão brasileiro e está com apenas uma vitória a menos que a gente. É relativo falar que o São Paulo não está em boa fase. Vou dar o exemplo do Corinthians, que em duas rodadas saiu do inferno para o céu”, comentou Caio Júnior, técnico do Alviverde.

O treinador terá o time completo à sua disposição, graças ao fim do imbróglio judicial envolvendo o volante Pierre e o Ituano. A manutenção da equipe, que vem invicta no torneio, é motivo de alegria para o comandante palmeirense, que sonha em alcançar o mesmo estágio do rival no quesito peças de reposição.

“O São Paulo tem no elenco a sua principal força, enquanto nós ainda estamos em formação e vamos demorar um tempo para chegar ao mesmo nível. O que eu vejo é que estamos cada vez mais fortes e cada vez mais prontos como equipe”, afirma Caio Júnior.

Entre os jogadores, o sentimento é o mesmo. Todos esperam manter a boa fase contra o rival, mas sem adotar abertamente a postura de favoritos para o encontro de domingo. “Não podemos deixar esse bom momento escapar”, alertou Dininho.

“Estamos mais bem classificados que o São Paulo, mas não podemos vacilar, pois uma derrota já coloca todo o trabalho feito até agora em xeque”, argumentou o zagueiro, seguido pelo volante Martinez: “A gente vive um melhor momento, mas jamais somos favoritos. Em clássicos, tudo fica igual”.

O meia Michael, que deixou o jogo contra o Figueirense com dores no joelho e chegou a ser dúvida para o clássico, concordou com os companheiros. “Nosso momento é bom e precisa continuar assim. Todo mundo se empenha ao máximo em clássicos, pois, se ganharmos, o moral vai lá para cima”, avisou.

Paulo Sérgio, que ajudou o São Caetano a despachar o São Paulo no último Paulistão com uma goleada (4 a 1), sabe que as circunstâncias do jogo serão diferentes, mas não quer nem pensar em outro resultado que não seja a vitória. “Empate nunca é bom resultado em campeonatos por pontos corridos. Temos que ganhar”, avisou o camisa dois, ignorando ainda mais a possibilidade de reabilitar os rivais do Morumbi na competição nacional. “Não estamos nem pensando em perder. O Palmeiras está bem preparado e vai buscar a vitória”.

No São Paulo, a sensação é parecida. Durante a semana, ninguém quis admitir que o time tricolor, no papel, é superior ao do adversário. “Acho que as duas equipes têm um plantel bem parecido. O Palmeiras, dentro das suas condições, também procurou contratar peças para esta temporada”, afirmou o volante Josué.

O volante, no entanto, confessou estar sentindo a pressão por bons resultados. “Quando um time vence muitos campeonatos, sempre gera uma cobrança maior nos anos seguintes. Até nós jogadores nos acostumamos mal com os bons resultados”, disse o jogador, estranhando a fase ruim.

Muricy Ramalho só não poderá contar com o centroavante Aloísio, que vem ficando no banco de reservas neste Brasileirão. O time das duas rodadas iniciais deve ser repetido com três zagueiros para proteger Rogério Ceni. Borges e Dagoberto Serão os atacantes.

Mesmo garantido no cargo pela diretoria antes mesmo do apito inicial, Muricy Ramalho não vai tranqüilo para a partida. A expectativa em relação à seqüência da equipe após as recentes eliminações é grande. “O Palmeiras tem um bom time, mas, se perder, todo mundo vai falar mal deles e o bom momento não existirá mais. Futebol é assim mesmo. Por isso, precisamos vencer”, disse o treinador são-paulino, que elogiou Edmundo, mas descartou qualquer marcação individual.

O capitão Rogério Ceni, que tem o Palmeiras como principal 'alvo' (já marcou seis gols contra o adversário) também está confiante. “Clássicos são partidas boas de se jogar e qualquer atleta gosta de situações assim. Será uma boa partida para o torcedor são-paulino que for ao Morumbi. Espero que saiam felizes, pois, no Morumbi, raramente nós perdemos”.

FICHA TÉCNICA

SÃO PAULO X PALMEIRAS

Local: Estádio do Morumbi, em São Paulo (SP)
Data: 27 de maio de 2005, domingo
Horário: 16 horas
Árbitro: Sálvio Spinola Fagundes Filho (Fifa-SP)
Assistentes: Valter José dos Reis (Fifa-SP) e Nilson de Souza Monção (SP)

SÃO PAULO: Rogério Ceni; Alex Silva, Miranda e André Dias; Ilsinho, Josué, Hernanes, Hugo e Jorge Wagner; Dagoberto e Borges
Técnico: Muricy Ramalho

PALMEIRAS: Diego Cavalieri; Paulo Sérgio, David, Dininho e Leandro; Pierre, Martinez, Michael e Valdívia; Edmundo e Florentín
Técnico: Caio Júnior



Fonte: Ge.Net

Um comentário:

Daniel Boeing disse...

Empate ou vitória do Palmeiras!

O Burricy justificou o apelido ao dizer que não tem medo do Valdívia, que ele não é craque.